Felizmente, a memória PODE ser desenvolvida como se fosse um músculo. Ela pode ser submetida a uma verdadeira "malhação" mental e tornar-se poderosa. Mas como desenvolvê-la de forma prática e sem perder muito tempo, haja vista que os estudantes têm uma vida corrida, sempre de olho no relógio?
A resposta reside nos links mentais. Um link na Internet leva-nos a uma outra homepage ou a uma outra seção de um mesmo website. Uma coisa leva à outra e, assim, relembramos tudo aquilo que estudamos com afinco, mesmo que tenha sido há dez anos.
Vou dar um exemplo prático do meu dia-a-dia. Sempre que preciso comprar um xampu especial numa drogaria, faço uma anotação mental: imagino-me tomando banho (com chuveiro, sabonete e toalha) na frente de todo mundo dentro da drogaria, provocando o maior rebuliço. Penso numa velhinha ficando horrorizada com o fato inusitado e aplicando-me golpes de guarda-chuva na cabeça, a gritar imprecações:
- Seu tarado! Onde já se viu isso? Aqui não é lugar de tomar banho, seu anormal! Pelado na frente de todo mundo!
O gerente aplaca a fúria da velhinha e entrega-me um xampu para lavar os cabelos. Ele defende-me:
- Calma, minha senhora. O rapaz veio aqui apenas tomar banho porque está sem xampu na casa dele.
Depois de tomar um belo banho na drogaria e de pedir desculpas para todos os presentes, volto para minha residência levando o xampu.
Tal cena - um tanto quanto ridícula e surrealista, admito - fica povoando o meu inconsciente. Quando estou na rua e vejo uma drogaria qualquer, logo me lembro de que preciso comprar um xampu. Criei, com uma aparente brincadeira, um link mental. Sempre que preciso memorizar uma fórmula de Matemática, por exemplo, faço algo similar: imagino uma loucura bem non-sense, bem doidona mesmo, e associo-a de forma criativa à fórmula matemática.
Nosso cérebro recorda-se muito mais daquilo que é diferente, singular, do que de algo trivial, comum. O que nos causa espécie sempre é lembrado muito mais rapidamente. Decorre daí a minha firme convicção de que a criação de links mentais com base em fatos inusitados turbina a sua memória não somente para o vestibular, mas para qualquer aspecto da sua vida, seja ele profissional, afetivo, familiar, social, etc.
Tenho observado, na prática, que os links mentais mais poderosos são aqueles associados a cenas ou imagens e não a palavras ou idéias abstratas. Tal fato parece estar ligado à nossa fisiologia neuronal, pois 90% das pessoas costumam lembrar-se do rosto de um amigo que não vêem há anos, mas, em geral, esquecem-se do seu nome ou profissão. Portanto, use imagens ou cenas incomuns para criar links mentais.
Quanto mais você usar sua memória, mais memória você terá. É como se fosse um disco rígido de microcomputador com capacidade sempre crescente de armazenamento em decorrência do uso intensivo.
Outros fatores para o sucesso
Uma memória campeã não depende apenas de um software mental adequado. Depende também de um ótimo hardware intelectual, de um ambiente bioquímico estável, de reações químicas em série que podem, eventualmente, falhar em decorrência de uma má alimentação ou pelo simples fato de o seu organismo estar contaminado com chumbo ou mercúrio.
Uma consulta com um ótimo médico ortobiomolecular poderá detectar problemas no seu metabolismo. O tratamento de desintoxicação quase sempre traduz-se numa melhora das atividades cerebrais porque o nosso sistema nervoso central é muito ativo do ponto de vista energético - consome 25% do oxigênio que respiramos. A saúde de bilhões de neurônios e a sua aprovação no vestibular ficam dependendo, em última análise, da qualidade dos alimentos que você ingere.
Exemplo: um vestibulando que come grande quantidade de verduras contaminadas com agrotóxicos poderá vir a sofrer de depressão e memória fraca. Lamentavelmente, ele não terá pique para estudar e sua memória estará um lixo. Coitado! Como ele irá passar no vestibular?
É por isso que recomendo encarecidamente aos estudantes que façam um check-up semestral com um excelente médico ortobiomolecular. Aquela preguiça que você sente talvez não seja uma falha do seu caráter, mas sim um problema bioquímico que pode muito bem ser resolvido em pouco tempo.
O insigne Péricles já falava, na Grécia do século V AC, em "jovens com alma de ouro num corpo de ferro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário